quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Cabe a nós

O que tenho a dizer é realmente muito simples e tem a ver com cada indivíduo. Recentemente, durante uma caminhada, me vi em meio a uns edifícios bem altos. Então me ocorreu que o que vejo é uma construção imponente, mas o que é de fato essa construção? Eu estava vendo a fachada, as janelas, a decoração, mas o que é o edifício?

Às vezes me esqueço de que o edifício repousa sobre um alicerce que não estou vendo, que está enterrado. Somente quando acontece alguma coisa como um terremoto é que minha atenção se volta para o alicerce, na esperança de que ele resista ao abalo. Também me esqueço que, apesar de alto, o edifício é feito de blocos, de componentes muito muito menores do que o próprio edifício. E de que a integridade do prédio na verdade depende da integridade desses componentes bem menores.

Quando falo de paz, não é diferente. Olhamos para o mundo. Vemos grandes nações, países, cidades. Esquecemos que esses países na verdade se constituem de pequenos componentes chamados seres humanos. Somos nós os componentes. A integridade de cada país depende da integridade dos componentes individuais.

Falamos dos países. Mas não falamos das pessoas. Mas se uma pessoa não tem paz na vida, ela não terá êxito em nada que esteja tentando realizar.

A paz começa com o entendimento do que nos foi dado. O mundo todo nos fala daquilo que não temos. Ninguém aponta para aquilo que temos. A nós foi dada esta vida, esta existência. E essa existência precisa significar alguma coisa. Quando a existência não significa nada para nós, a vida humana - essa coisa insubstituível - perde o valor. Então qualquer causa pode adquirir um significado maior do que a paz, o que leva à guerra.

Você está vivo, e isso precisa ter o maior significado para você. Você precisa entender a preciosidade da sua existência. Você quer ter paz na vida? Ou quer o caos? Na vida de cada pessoa há o potencial para essas duas coisas.

O que você está procurando? Todo mundo tem sua própria noção daquilo que lhe trará felicidade. É isso o que procuramos: felicidade, contentamento. Então buscamos, procuramos e fazemos o que for necessário. E em meio a nossa busca e nossas ações o que esquecemos? De nós mesmos.

O que você quer para sua vida? Qualquer que seja a sua equação para a felicidade, coloque-se lá; de outro modo ela não terá significado algum. Sem você, sem seu coração, sem seu entendimento, sem paz na vida, nunca nunca poderá haver paz no mundo. É aí que a guerra começa, é aí que mora a paz - dentro de você.

A paz começa com você. A vida é sua, esse é o presente que lhe foi dado. Reconheça o presente que lhe foi dado. Entenda a beleza que dança diante de seus olhos. Não espere. É a sua vez. Atenda ao chamado de paz de seu coração; encontre contentamento em sua vida. A paz é isso. A paz é bela. A paz é real. A paz é a paixão pela existência, um sentimento, um entendimento do que a vida significa, do que cada respiração significa. Então poderei começar a saborear o que é a paz.

A compreensão do valor de cada pessoa encontrar esse contentamento, cada qual a seu tempo, é a única possibilidade de paz mundial, uma possibilidade que nunca foi tentada. É preciso fortalecer cada tijolo, cada bloco e dizer "Sim, este edifício é capaz de resistir porque todos os blocos são sólidos, têm integridade. Quando o terremoto acontecer, ele não vai cair." É essa integridade que é necessária.

As pessoas deste mundo são os tijolos, a argamassa e as vigas de aço dessa estrutura. Cabe a nós ao menos tentar fazer a diferença. Em vez de oferecer a lógica do que não pode ser feito, ao menos tentar ver a possibilidade de como pode ser feito. Então talvez haja paz no mundo, ao menos é o que nos diz a esperança.

Prem Rawat

http://www.wopg.org.br/  http://www.palavrasdepaz.org.br/



















Nenhum comentário:

Postar um comentário

Muito obrigado por seu comentario.
Estamos aprimorando sempre o Contato graças a leitura, comentários e sugestões