quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Palavras de Paz na TV

Palavras de Paz na TV [2]

Palavras da Paz - Tainan

Palavras da Paz - Tokyo

Sentindo a tranqüilidade interior

Há uma riqueza dentro de cada ser humano. Há dentro de cada ser humano a possibilidade de ele sentir paz - a paz com que nascemos e que estará lá enquanto vivermos.

Sentir é o que há de mais importante. Que mudança notável seria não sermos mais dependentes, para sermos felizes, de como são as coisas na vida. Você tem algo mais - há uma outra possibilidade dentro de você.

Imagine que você está num barco que sobe e desce com as ondas. Você não gosta desse sobe e desce. Então amarra uma tábua lisa e comprida diante do barco e tenta aplanar as ondas. Obviamente isso não funciona, mas você tenta aplanar as ondas pensando que com isso terá uma jornada agradável de vida.

Dentro de você existe um oceano muito tranqüilo. Navegue ali, e você sentirá a tranqüilidade. A vida não deveria ser apenas idéias e pensamentos. Deveria ser sentimento - sentimento de tranqüilidade interior. Sinta a paz que vem do seu coração, não apenas "Acho que sinto paz." Sinta realmente a paz, e livre-se de todas as coisas externas para senti-la, para ter alegria. A paz existe em seu coração.

O sentimento é real. Os pensamentos são criados. Eles vêm e vão; mudam, desaparecem, amanhã tornam-se inúteis. O sentimento não. Ele permanece. É muito bom ler teorias, mas nunca as troque pelo sentimento, pois você precisa sentir também.

Tem a ver com o coração. Não se consegue enganar o coração. Você pode enganar a mente, e a mente pode enganar você, e de fato engana. Mas o coração não pode ser enganado, o coração não engana você.

Então o coração tem que ser o juiz, não a mente. É preciso que haja uma mudança de prioridade. Simplicidade. Sentimento. Sinta cada passo que você dá. Sinta cada dia que você viver. Não é só o ir e vir dos dias. É em cada dia que você existe. Percebe isso? Quando isso começa a mudar, o entendimento vem.

Uma pequena história: Certo dia, um homem andava pela rua quando viu uma coisa brilhando. Pegou-a, olhou e pensou: "É um caco afiado de vidro. Vou jogá-lo de lado para que ninguém se machuque." Algumas horas depois, um joalheiro passou por ali e também foi atraído por aquela coisa brilhante. Pegou-a, examinou-a e disse a si mesmo: "Sou um homem de sorte. Encontrei um belo diamante."

Quando a pessoa não está preparada para admirar a vida como ela é, enxerga apenas um caco de vidro. Ela o pega e diz: "Não é nada", e o joga fora. Mas há aquelas que aprendem a reconhecer. Aprendem o valor da vida. Aprendem o valor do sentimento. Aprendem a ter entendimento.

Como seres humanos, precisamos ter paz. As pessoas dizem: "A paz não é possível." Para mim, quando existe vontade, há um jeito. Talvez o primeiro passo tenha que ser o reconhecimento, ver a possibilidade de que a vida não é um caco de vidro, mas um diamante.

A vida não é uma brincadeira. A nós foi dado um presente muito especial. Ver isso talvez seja o primeiro passo - um pequeno passo, mas é o começo. Uma vez que o primeiro passo tenha sido dado, você dará os outros, porque o que está no fim é a realização de uma vida toda.


Prem Rawat

http://www.wopg.org.br/   http://www.palavrasdepaz.org.br/

Versão original em ingles - http://tprf.org/newsletter/v1_i36/story_1.htm
Pintura de Eduardo Rego Monteiro