Na antigüidade, os castelos eram a moradia onde se abrigavam a grande família e os agregados. Dezenas de cômodos, amplos espaços externos, cultivados de ervas, verduras e flores, muitas flores.
Depois vieram os palácios, os palacetes, as mansões, com famílias menores e poucos empregados domésticos. Lá fora, hortas, pomares e jardins. Essas moradias chegaram a nossos tempos, ainda habitáveis. As grandes cidades estão cheias delas, espremidas entre grandes prédios ditos “funcionais”, paralelepípedos de concreto e vidro, mausoléus onde circula a maioria das pessoas de agora, onde a família se resume a três pessoas que às vezes se encontram, aos domingos, em cubículos sem flores.
Eu morei em casas muito espaçosas onde sempre havia flores para amenizar a dureza dos momentos difíceis e perfumar a alma de todos. Não consigo viver sem elas.
A festa Um dia pela paz, na Casa das Rosas em São Paulo teve, para mim, um significado especial: reviver esta idéia da família reunida em torno de flores. Ali, na rua símbolo da metrópole, onde mora a maior parte do dinheiro do país, ainda sobrevive, por um milagre, aquela mansão simbólica, recheada de poesia, de luz e de rosas.
Pois foi ali que, no Dia pela Paz, Sonia Madruga colocou à mostra uma síntese completa da sua arte, uma exposição do seu talento como pintora, os seus vários estilos e temas, as suas motivações, as suas cores exuberantes. Lá fora, nos jardins, rosas, muitas rosas, pareciam festejar, como nos seus melhores dias.
E foi assim que aquelas pessoas, centenas delas, foram entrando para aplaudir a Paz que o perfume, a cor e a música trescalavam, com a bênção de um sol inigualável. Justamente no dia em que, dentro daquele mundo cinzento, dos edifícios quadrados, dos mausoléus de vidro, a multidão sem espaço, sem perspectiva, sem sol e sem flores, apenas percebia a morte de Osama, o homem mau, que espalhou o ódio, a destruição e o medo em todos os lugares do mundo. Mas ali, entre as rosas do jardim, um grande telão mostrava a imagem de Prem Rawat falando de Paz, esta sensação mágica que se podia sentir no aroma peculiar do entorno e conferir na beleza impressa nos quadros expostos e em tudo o mais.
Acho que terá sido um sinal, ver a Paz renascer para tanta gente, a partir das imagens coloridas nas telas de Sonia Madruga, dos poemas declamados, da música, da dança e daquele jardim de rosas, tão destoante de tudo à volta mas tão perto de Deus.
Lauro Henrique Alves Pinto
6 de maio de 2011
Veja mais sobre Prem Rawat em: http://www.wopg.org/
Veja mais sobre o trabalho de Sonia Madruga em: http://www.soniamadruga.com
L’Art Produções Artísticas: http://cdclassic.com.br
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