11/10/2012 por iniciativasdepazbrasil
A mensagem de Prem Rawat é reconhecida em cerimonial tradicional
Em um evento significativo para os povos indígenas de todas as partes do mundo, Prem Rawat foi recentemente recebido em Aotearoa (Nova Zelândia), em um cerimonial no marae* [local sagrado que serve para propósitos tanto religiosos como sociais] de Ngãti Whãtua o Ôrãkei.
O cerimonial powhiri, ou de boas-vindas formais, no marae – núcleo da identidade cultural e tribal Maori – tem grande significado em Aotearoa. A comunidade Maori esperava há muito tempo a oportunidade de honrar Prem Rawat em tal contexto.
Ngāti Whātua o Ōrākei é uma das principais tribos que residem na maior cidade da Nova Zelândia, Tamaki Makaurau, conhecida como Auckland. Sua ocupação data do século 17, e cada descendente desse grupo pode traçar sua whakapapa (genealogia) até os líderes daquele tempo.
Ngāti Whātua é a tribo mais urbanizada da Nova Zelândia, já que vive na maior cidade do país fundada nas terras desse povo, em 1840. Ao longo de quase dois séculos, esses indígenas perderam quase todas as suas terras, porém, nas últimas três décadas, eles ressurgiram como uma iwi (tribo) perfeitamente capaz de receber um dignatário da estatura de Prem Rawat na casa dos seus ancestrais.
Para a ocasião, Prem Rawat usou um Korowai tradicional, ou capa, tecida pelos tecelões Ngati Whātua, que foram ensinados pelos tecelões-mestres de Ngati Maniapoto. A indumentária é para ser usada em tais ocasiões especiais pelos hóspedes particularmente honrados.
No portão do marae, Prem Rawat foi recebido ao som do pukaea, uma trombeta de guerra Maori, seguido por um wero – um desafio cerimonial, feito por um guerreiro com vestes tradicionais –, que solicita a entrada do visitante apenas se ele é de bom coração e tem intenção pacífica. Concluindo o wero, o guerreiro ofereceu um raminho verde a Prem Rawat, que foi aceito, significando sua disposição em se tornar parte da vida que sustenta o povo desse lugar. Então, o Karanga assombroso, um chamado de boas-vindas liderado pelas respeitadas mulheres da tribo, foi emitido para trazer o visitante para a marae ãtea.
Andando pelo marae ãtea, ou pátio cerimonial, Prem Rawat e outros convidados se encontraram na entrada do wharenui com mais de 100 pessoas na haka powhiri, uma dança cerimonial energética e cântico. Diferentemente do warlike haka, pelos quais os times esportivos da Nova Zelândia são reconhecidos, a haka powhiri é uma recepção, que pede aos convidados que se dirijam ao coração da comunidade e entrem no wharenui.
O wharenui ou “casa de encontro” é especialmente importante na cultura Maori como expressão da identidade cultural da tribo. As paredes internas possuem painéis esculpidos que expressam os ancestrais importantes, entremeados com painéis de tecido que representam a hospitalidade, a navegação e outros aspectos da vida tradicional Maori. Os ancestrais foram amplamente reconhecidos e honrados nos discursos de boas-vindas. Foi feita homenagem à casa, a Prem Rawat, a sua mensagem e aos outros convidados. Cada discurso foi seguido por uma waiata – uma canção tradicional.
Clique aqui para ler o texto original em inglês, publicado no blog da TPRF.
Tradução: Cristina Godoy
*Um marae (em Māori neozelandês e das Ilhas Cook, e taitiano) malaʻe (em tonganês), malae (em samoano e havaiano) é um local sagrado que serve para propósitos tanto religiosos como sociais nas sociedades polinésias pré-cristãs. Em todos estes idiomas, a palavra também significa “desobstruído, livre de ervas-daninhas, árvores, etc.” Geralmente consiste em uma área de terra aberta aproximadamente retangular (o próprio marae), e suas fronteiras com pedras ou postes de madeira (chamados au em taitiano e Māori das Ilhas Cook) talvez com terraços (paepae) os quais foram usados em tempos antigos para propósitos cerimoniais; e com uma pedra central ahu ou a’u (por vezes, como no ahu da cultura Rapanui na Ilha de Páscoa, “ahu” se torna um sinônimo para todo o complexo de marae). Fonte: Wikipédia