Alguém pergunta...
Alguém lhe pergunta: “Como vai você?” E você diz. “Vou bem, obrigado. E você?” É como um mantra. Alguém o dispara e você diz: “Bem, obrigado. E quanto a você?”
“E você?”
Bem? O que é bem?
Quando você começa a entender o valor de cada respiração, começa então a entender o que é esse bem. “Bem. Estou vivo. Eu. Eu existo. Foi-me dado um presente.”
Qual o resumo disso tudo? Eis uma analogia..
Existe um sujeito. Ele trabalha em um escritório, e seu chefe está saturado e transtornado com os empregados que chegam atrasados para o trabalho.
Então esse chefe deu um ultimato, convocando os funcionários para uma reunião no dia seguinte. E a essa reunião, todos são obrigados a comparecer exatamente no horário marcado. Ninguém pode se atrasar.
Bem, esse funcionário vai dormir, preocupado, e se levanta realmente cedo porque não quer se atrasar para a reunião. Mas assim que liga o chuveiro, ele percebe que a água está fria, porque, não se sabe como, a eletricidade foi cortada – não funciona –e a água está gelada.
Aí, ele segue em direção a seus deveres diários... Sabe, as coisas começaram com o pé errado. Porque era para ser uma transição amena. Você sai da cama, vai até o banheiro, faz suas coisinhas, entra embaixo do chuveiro, toma seu banho, sai... Imediatamente, começa um pequeno empecilho. O chuveiro não funciona. Está frio. E o sujeito fica meio contrariado.
Ele vai dar a descarga – não tem água. As coisas começam a ficar um pouquinho piores. Ele sai, se veste, faz tudo, percebe que sua camisa não está passada. Começa a acumular. Coisas triviais, dá para levar, vai dar tudo certo, mas estão começando a aumentar.
Então ele começa a descer a escada, e quando desce, erra um dos degraus. Ele não tropeça, nem cai. Simplesmente torce o tornozelo, o que é terrível. E agora está mancando. Finalmente consegue sair de casa, para ver que alguém tinha arrombado sua garagem e roubado seu carro.
Então ele chama um táxi, só para entrar nele e perceber que o motorista acaba de chegar da Índia, está muito feliz por estar na Inglaterra, e espera um dia desses chegar a dominar o idioma. E claro, tudo isso ele fala para você em Hindi – o qual você não conhece muito, a não ser, quem sabe, “curry”. E pronto.
E por que estou fazendo essa analogia? Eu explico. Porque até agora, tudo está dando errado, nada de acordo com o planejado, nada agradável. Finalmente, ele chega à estação ferroviária e descobre que os trens estão com atraso de duas horas. Isso, de acordo com seus cálculos, vai fazer com que ele se atrase por duas horas e meia para a reunião, e já pode até ouvir seu chefe gritando com ele e dizendo, “Você está demitido!” Mal, mal, mal, mal.
De repente – esta é a pequena virada – de repente... ele começa a assistir a uma dessas TVs de plasma na estação de trem. Enquanto todas aquelas preocupações ficam passando por sua cabeça! “Estou demitido, meu tornozelo está torcido, como pagarei minhas contas? O que vai acontecer?” Todas essas coisas. E sua atenção se volta para a tela de plasma e estão anunciando os resultados da loteria. Ele vê um número. Parece familiar. Procura em sua jaqueta, saca do bilhete, compara o número, e tinha ganhado 50 milhões de libras.
Você pode imaginar? Ele ainda está preocupado com o seu emprego? Ele agora está gritando com o chefe. Dizendo para o chefe o que ele pode fazer com seu emprego. Ele está se importando com seu patético pequeno chuveiro que não funciona? Nenhum problema. Seu carro foi roubado? “Vejamos, vou substituí-lo por um…”
De repente, a compreensão de algo pegou a soma de todo o mal, e transformou em bem. Seu tornozelo ainda dói, mas não tem problema! O sorriso voltou.
Em sua vida, em seu dia-a-dia, existe uma boa notícia melhor do que a notícia que aquele sujeito recebeu. E essa notícia é a respeito da sua existência. Qual é a diferença entre bem e mal? Quando a soma do bem é maior do que a soma do mal, é bom. Está bem. Sim, ele teve um dia miserável, chuveiro frio, descarga sem água. Tornozelo mal. Carro roubado, mas de repente, uma notícia recebida mudou tudo.
Você, também, dispõe de notícias assim, cada dia, em cada alento que toma. Que podem fazer a soma do bem maior do que todo o mal em sua existência. A cada dia. Seja o que for. Seja como for.
De repente, aquele “Eu estou bem” fica redefinido.
~ Prem Rawat
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